Senar auxilia ovinocultores de Delmiro Gouveia no combate à dermatite

Pedro Alexandre identificou o problema nas primeiras visitas técnicas

Ovinocultores do município de Delmiro Gouveia, no sertão alagoano, a 249 quilômetros da capital Maceió, ganharam o apoio da assistência técnica e gerencial do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar Alagoas – para combater uma dermatite que tem acometido os rebanhos.

Zootecnista e técnico de campo do Senar, Pedro Alexandre Miranda identificou o problema nas primeiras visitas às propriedades, no início de abril, nos povoados Pedrão, Riacho da Areia, Araçá e nos assentamentos Mandacaru e Jurema. Agora, o trabalho é para identificar a causa da doença.

“Quando começou a época de chuva, os produtores perceberam a vastidão de uma forrageira chamada Malva Branca. Eles desconfiam que essa planta é a causa ou que é sarna mesmo. No caso da sarna, não sabem identificar o motivo. A situação está sendo analisada por um veterinário da região”, explica Pedro Alexandre.

Segundo o zootecnista, a dermatite acomete principalmente animais de pele e pelo brancos, mas também está presente em ovinos de pele preta e pelo branco. “Os sintomas são o couro duro e cascudo na região afetada, com sinais de vermelhidão. Como o animal fica coçando a região, provoca feridas”, observa.

Importância da assistência

Doença acomete principalmente animais de pele e pelo brancos

Pedro Alexandre também identificou que os ovinocultores estavam tentando combater a dermatite com produtos e técnicas popularmente conhecidos, a exemplo do óleo queimado e do spray prata, mas sem a certeza da sua eficácia. “A assistência técnica e gerencial do Senar é importante para que os produtores possam ter o maior entendimento do problema e adotar as soluções mais adequadas”, comenta o técnico de campo.

“As pessoas costumam reproduzir práticas dos pais, dos avós, mas que não têm eficácia, não curam a dermatite e podem afetar a saúde do produtor, dos seus familiares, dos animais e até das plantações na propriedade. Com a assistência técnica, o profissional capacitado e atualizado se utiliza de métodos e medicamentos eficazes e efetivos no tratamento da doença”, endossa a coordenadora de Assistência Técnica e Gerencial do Senar Alagoas, Luana Torres.

Senar Alagoas mantém assistência técnica para produtores rurais

Técnicos de campo do Senar seguem fazendo atendimentos

O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar Alagoas – continua auxiliando produtores rurais mesmo em meio à pandemia da covid-19. Pelo projeto Agronordeste, técnicos de campo atuam em aproximadamente 270 propriedades, dando orientações para para quem produz nas áreas de bovinocultura de leite, avicultura, horticultura, fruticultura e ovinocultura.

As ações do Agronordeste acontecem em seis municípios: Major Izidoro, Delmiro Gouveia, Jaramataia, Olho D’Água das Flores, Estrela de Alagoas e Água Branca. Todos os profissionais realizam os atendimentos utilizando equipamentos de proteção individual e tomando todas as medidas de prevenção ao coronavírus preconizadas pelo Ministério da Saúde, pela Organização Mundial da Saúde – OMS – e em atendimento ao decreto do Estado de Alagoas.

“A produção de alimentos é ainda mais importante para manter a saúde da população neste momento de pandemia e os produtores rurais, que têm um papel fundamental na sociedade, também precisam estar protegidos. É por isso que os nossos técnicos de campo não podem parar, pois, além das orientações técnicas, para que o alimento chegue com qualidade à mesa dos brasileiros, esses profissionais também orientam os produtores sobre os cuidados contra a covid-19”, afirma o superintendente do Senar Alagoas, Fernando Dória.

Além do projeto Agronordeste, o Senar atende, com recursos próprios, um grupo de 28 produtores de leite de Major Izidoro. Em alguns casos, quando solicitado pelo produtor, o atendimento acontece via telefone ou online.

Outros projetos
A Unidade de Referência Tecnológica do projeto Forrageiras para o Semiárido continua funcionando no Parque de Exposições Mair Amaral, município de Batalha. O espaço foi cedido pelo Governo do Estado para a realização de pesquisas sobre as plantas forrageiras que melhor se adaptam ao clima da região. Numa área de 1 hectare, são realizados plantios de espécies resistentes aos períodos mais secos.

Os atendimentos do Mais Pasto também seguem acontecendo em todo o estado de Alagoas. O programa capacita pequenos e médios pecuaristas para a utilização racional da pastagem e a gestão da propriedade rural. No nível 1, a nona turma iniciou as atividades recentemente e deve ser atendida durante 15 meses. O nível 2 está com a segunda turma em andamento. O foco é no gerenciamento das propriedades que já passaram pelo nível anterior. Neste caso, a duração da consultoria é de um ano.

Curso de confecção de máscaras do Senar gera renda em meio à pandemia

No município de Mar Vermelho, uma professora vendeu 300 máscaras nos 15 primeiros dias de produção

O curso online e gratuito de Confecção de Máscaras de Proteção oferecido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural foi criado para que produtores, familiares e profissionais do campo pudessem se proteger da covid-19 durante a realização de suas atividades laborais. Mas ganhou uma importância ainda maior, passou garantir a sobrevivência financeira de inúmeras famílias. Muitas pessoas que tiveram a rotina de trabalho interrompida pela pandemia hoje aproveitam a oportunidade de capacitação do Senar e comercializam as máscaras que produzem.

É o caso da professora de educação infantil Roseane Maria, do município de Mar Vermelho, zona da mata alagoana, a 105 quilômetros da capital Maceió. Roseane fez o curso em abril. Nos primeiros 15 dias, produziu cerca de 400 máscaras e vendeu mais de 300. “Isso foi de grande ajuda para a renda familiar, uma contribuição tanto no pagamento das contas, quanto na compra de alimentos. Além disso, é gratificante saber que estou ajudando na prevenção deste vírus”, comenta.

Confeccionar e vender máscaras de proteção também é a estratégia adotada pela artesã e instrutora do Senar Alagoas, Mari Jane Cabral dos Santos, moradora de Maceió, para enfrentar o período de isolamento social. “Com a pandemia tudo ficou muito difícil. As lojas de artesanato fecharam, a feirinha aonde eu trabalho também e eu fiquei sem renda nenhuma”, contextualiza.

Mari Jane calcula que já produziu mais de 600 máscaras. “Vendo para minhas clientes do artesanato, que indicam para outras pessoas e assim as encomendas vão chegando. Já fiz para restaurantes, médicos, para o Senar e sempre tenho um feedback muito positivo do meu trabalho. Eu sobrevivo principalmente do artesanato, mas, neste período, são as máscaras que estão me dando a minha alimentação, ajudando a pagar meus medicamentos, entre outras despesas. Graças a Deus, não tenho do que reclamar”, afirma.

Mari Jane já produziu mais de 600 máscaras (foto: arquivo pessoal)

Capacitação do Senar
O Curso de Confecção de Máscaras de Proteção do Senar é uma excelente oportunidade de aprendizado e geração de renda durante o isolamento social. Sem qualquer custo, quem participa da capacitação online, aprende a confeccionar máscaras eficientes no combate à covid-19. Os modelos são simples e podem ser feitos com materiais disponíveis em casa. Um deles não requer costura, basta uma tesoura e uma camiseta usada.

A carga horária total do curso é de 2 horas, divididas em 7 dias de aulas. Qualquer pessoa a partir dos 14 anos pode se matricular. As ferramentas de aprendizagem incluem conteúdo online, vídeos, atividades interativas e monitores à disposição para o esclarecimento de dúvidas. Ao final do curso, o aluno recebe um certificado de participação.

Para acompanhar a abertura de novas turmas e se matricular, basta acessar o site http://ead.senar.org.br/cursos/qualidade-de-vida/confeccao-de-mascaras-de-protecao/.

LIVE: especialistas discutem ajuste do manejo de pasto para o início da estação de chuvas

Nesta terça-feira, 5 de maio, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar Alagoas – promoverá uma live voltada para pecuaristas. O tema manejo de pasto para o início da estação de chuvas será apresentado e discutido pelos engenheiros agrônomos Luana Torres, coordenadora de Assistência Técnica e Gerencial do Senar AL, e André Sório, consultor do Programa Mais Pasto. A live começará às 19 horas, no perfil do instagram @sistemafaeal.

“Com a chegada da estação de chuva é muito importante ajustar o manejo de pastagens, pois a gente vem de uma época seca, em que se tem um pasto ‘passado do ponto’ ou pouco pasto, e vai entrar justamente na época de abundância de capim, de maneira que, se for preparado adequadamente o manejo do pasto, organizando os lotes, ajustando o tempo de descanso das pastagens, o pecuarista vai obter um resultado muito melhor do seu trabalho e a fazenda ficará bem mais eficiente”, explica André Sório.

“Esse ajuste deve ser feito todas as vezes que as estações mudam. Portanto, deverá acontecer agora e novamente entre os meses de agosto ou setembro, de maneira que se prepare a propriedade para passar a estação seca”, acrescenta o consultor do Programa Mais Pasto, iniciativa do Senar Alagoas em parceria com o Sebrae.

Gomose dos citros: saiba como controlar a praga

Doença pode matar as plantas

Provocada pelo fungo do gênero Phytophthora, a gomose dos citros é uma doença que ataca das plantas jovens aos pomares em produção e provoca danos irreversíveis, como o apodrecimento do tronco, degradação de raízes e radicelas. Para o controle desta praga, a melhor estratégia é a prevenção.

Segundo o engenheiro agrônomo e instrutor do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar Alagoas –, Ulisses dos Anjos, uma medida preventiva necessária é a aquisição de mudas sadias, preferencialmente, de variedades de plantas resistentes ao fungo. Também é importante realizar enxertia acima de 40 centímetros do solo e podar todos os galhos abaixo de 80 centímetros.

“As pernadas devem ser formadas acima de 80 centímetros, podando-se também todos os galhos com tendência a se aproximar do solo. Ao fazer essa poda, é recomendável pincelar a área lesionada com calda bordalesa”, orienta Ulisses.

Orientado pelo Senar, produtor combate a praga

O instrutor do Senar Alagoas também recomenda que se evite o solo muito encharcado, com baixa capacidade de drenagem e o acúmulo de matéria orgânica. “Além disso, deve-se fazer o controle de plantas daninhas próximas ao caule, para que não haja excesso de umidade, evitar os danos ao caule e à raiz, com cautela no uso da enxada, e pincelar anualmente com a pasta bordalesa”, comenta.

“Nos pomares onde já existe a doença, a recomendação é fazer uma cirurgia, que é a limpeza de todo o tecido lesionado ou morto, e pincelar com pasta bordalesa não só a ferida, mas até um metro e meio de altura do tronco da planta. Após 45 ou 60 dias, faz-se uma nova inspeção e reaplicação nas plantas em que o tratamento não foi eficiente”, orienta Ulisses dos Anjos.

Ulisses dos Anjos: “Técnica deve ser feita anualmente, antes do período chuvoso”

“Essa técnica deve ser feita anualmente, antes do período chuvoso, visto que a doença ocorre mais com alta umidade e, como o fungo está presente no solo, há o risco de uma nova infecção”, conclui o engenheiro agrônomo e instrutor do Senar Alagoas.

Faeal orienta produtores rurais alagoanos sobre declaração de ITR

Em meio ao isolamento social de combate à pandemia do covid-19, a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Alagoas – Faeal – disponibiliza canais de comunicação para orientar os produtores que precisam fazer declarações do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural – ITR – dos últimos cinco anos. Os atendimentos acontecem pelo e-mail carla@faeal.org.br ou no WhatsApp (82) 98878-3618 (segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h às 17 horas).

O foco é auxiliar os produtores rurais para quem resolvam as pendências junto à Receita Federal. “Se, por exemplo, o produtor precisa de uma certidão negativa de ITR e ela não é emitida pela ausência de declaração, nós podemos ajudar. Ele faz as declarações, efetua o pagamento e a certidão é disponibilizada”, explica Carla Christine, coordenadora da Unidade Gestora da Arrecadação da Faeal.

A Federação também auxilia os produtores rurais no processo de vinculação do imóvel. “Neste caso, o produtor precisa ter o NIRF (Número do Imóvel na Receita Federal) e o CCIR (Certificado de Cadastro de Imóvel Rural emitido pelo Incra)”, comenta Carla Christine.

Serviços que necessitam de atendimento presencial na Receita Federal, a exemplo da ativação ou alteração de titularidade, só serão realizados com a reabertura das unidades do órgão, que permanecem fechadas por conta do estado emergencial de saúde pública decorrente do coronavírus.

Prejudicados por praga de lagartas, produtores de pinha recorrem à assistência técnica do Senar

Lagartas são mais comuns em capinzais

As plantações de pinha no município de Estrela de Alagoas, agreste do Estado, vêm sendo devastadas por um inimigo minúsculo e aparentemente frágil, mas de alto poder destrutivo. A Gonodonta sp., popularmente conhecida como lagarta dos capinzais, tomou conta de pelo menos 30 propriedades. O prejuízo já está acima do nível de dano econômico. Muitos produtores rurais perderam praticamente toda a safra para 2020.

Aos 62 anos, o agricultor José Augusto dos Santos olha para as 40 tarefas da sua propriedade e lamenta. “Dessa atividade eu tiro o meu sustento, da mulher e de oito filhos, vendendo pinha para Recife, Maceió e Aracaju. Essa lagarta já tinha aparecido outras vezes, a última acho que há uns cinco anos, mas sempre em um pé aqui, outro acolá. Agora acabou com 90% da plantação. A gente não sabe o que fazer, porque não dá para plantar milho ou feijão, o comércio é pouco e o tempo não ajuda. Meus filhos tiveram que buscar serviço fora”, relata.

Preocupados com as perdas, alguns produtores procuraram o presidente do Sindicato Rural da região de Palmeira dos Índios, Nielson Barros. “Visitei algumas propriedades e, diante da gravidade da situação, solicitei o apoio da assistência técnica do Senar Alagoas, pois os agricultores não sabiam como lidar com uma praga tão devastadora. A ajuda veio, por meio do projeto Agronordeste”, relembra Nielson.

O trabalho de assistência técnica começou no início deste mês. Os 30 produtores são atendidos pela engenheira agrônoma e técnica de campo do Senar Alagoas, Ellen de Oliveira. “Na primeira visita às propriedades, percebi que todas estavam sendo atacadas e não havia nenhum controle. Alguns agricultores utilizavam inseticidas, próprios para matar baratas e mosquitos, mas que não fazem efeito nesta praga, porque essa lagarta só pode ser controlada quando ainda está na fase inicial”, explica Ellen.

Plantação devastada pelas lagartas

A engenheira agrônoma vem orientando os produtores rurais sobre a utilização de produtos mais adequados e a importância da poda e da limpeza da área de plantio. Segundo Ellen, a presença da Gonodonta sp. é mais comum em capinzais e não há remédio específico para esta praga, principalmente, na cultura da pinha. “Por ela ser uma lagarta desfolhadora, nós indicamos os produtos utilizados para o combate a outros tipos de lagartas que mastigam as folhas, como a helicoverpa ou a spodoptera”, comenta.

A ausência de tratos culturais adequados e de um controle preventivo agravou a situação. Para Ellen, se a assistência técnica do Senar tivesse sido solicitada antes, o problema teria sido evitado. “Quando você tem uma área de 50 pés de pinha e apenas dois apresentam essa lagarta, é possível fazer o controle até mesmo com a catação manual, para que a praga não se espalhe. Outra medida importante é evitar capim ao redor da planta”, orienta.

“Não se pode controlar esta lagarta na fase adulta. Depois que cresce, é preciso esperar virar mariposa para fazer o controle. Neste momento, há muitas mariposas nas propriedades de Estrela de Alagoas e agora precisamos trabalhar para que o ciclo da praga seja quebrado”, afirma a engenheira agrônoma e técnica de campo do Senar Alagoas.

Senar, Mapa e Ministério da Saúde lançam medidas de prevenção ao coronavírus no meio rural

O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e os Ministério da Agricultura e da Saúde lançaram na quarta (8) uma cartilha online com recomendações de prevenção ao coronavírus nas propriedades rurais.

O documento apresenta orientações e medidas de proteção aos produtores e trabalhadores rurais para garantir segurança no ambiente de trabalho, considerando as características dessa atividade essencial para o abastecimento da população.

A cartilha explica detalhadamente as formas de prevenção ao coronavírus, os sintomas da doença e as medidas que precisam ser adotadas em meio à pandemia, como evitar o uso compartilhado de ferramentas e equipamentos e a restrição de acesso às propriedades rurais apenas às pessoas estritamente necessárias.

Em casos de trabalhadores com sintomas da Covid-19, a cartilha apresenta sugestões que podem ser implementadas pelo gestor rural para garantir a recuperação do funcionário e proteção dos demais, evitando a propagação da doença.

Também são abordados os procedimentos para as boas práticas de fabricação de alimentos, armazenamento e comercialização durante esse período de pandemia.

Para visualizar a cartilha, acesse:  

https://www.cnabrasil.org.br/coronavirus-recomendacoes-de-prevencao-nas-propriedades-rurais

Conheça outras ações do Sistema CNA/Senar no Radar Coronavírus: https://www.cnabrasil.org.br/n…

Para falar com o Sistema CNA/Senar sobre problemas de saúde ou que possam estar afetando a produção agropecuária, envie uma mensagem de whatsapp para o número: (61) 93300-7278.

Técnica de campo do Senar orienta sobre higienização na ordenha

Produtor de leite recebe orientações

A higiene deve ser palavra de ordem na bovinocultura de leite. Segundo a zootecnista Edivânia Salvador, técnica de campo dos programas de Assistência Técnica e Gerencial do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar Alagoas –, é preciso redobrar os cuidados com o ordenhador, os acessórios, os animais e o local onde o leite é ordenhado.

“A primeira preocupação em relação ao ordenador é com as mãos. Antes de cada ordenha, é preciso lavá-las com água e sabão e, em seguida, deixá-las bem secas. Os utensílios também devem estar bem higienizados e enxutos no momento da ordenha. Lavar os acessórios com água e sabão e utilizar uma bucha para limpar todos os cantos é primordial e evita a proliferação de bactérias”, diz Edivânia.

Em relação aos animais, a preocupação maior é como com os tetos, que precisam estar limpos para que sujidades não caiam no leite e provoquem uma contaminação. “No momento da ordenha, deve-se lavar somente os tetos, nunca o úbere, para evitar que a água escorra do úbere e contamine o leite. Depois da lavagem, quando for enxugar os tetos, é recomendável usar toalhas descartáveis, pois os panos podem levar bactérias para os tetos e essas bactérias podem cair no leite”, explica a técnica de campo do Senar.

Segundo Edivânia, o local da ordenha precisa estar bem limpo e ser ventilado para criar um ambiente adequado para o bem-estar humano e do animal. “No caso da ordenha mecânica, as teteiras requerem o máximo de cuidado e devem ser higienizadas com a utilização de escovas para evitar que algum leite residual cause a proliferação de bactérias naquele local”, diz a zootecnista.

Combate ao coronavírus
A higiene é fundamental no combate ao covid-19. A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Alagoas – Faeal – divulgou em suas redes sociais algumas orientações para produtores rurais. A primeira delas é a de sair da propriedade somente quando houver extrema necessidade. Também é importante manter uma distância segura dos funcionários das empresas que compram os produtos. No caso da bovinocultura de leite, as dicas incluem manter o local onde está instalado o tanque de resfriamento sempre limpo e higienizado e nunca deixar a tampa do resfriador aberta.

Coronavírus: medida do Ministério da Agricultura beneficia pequenos laticínios com dificuldade de vender a produção

Uma medida do Ministério da Agricultura vai beneficiar pequenos laticínios com dificuldades de vender sua produção por causa da pandemia do coronavírus. Nessa terça, 31 de março, o órgão publicou um ofício circular em que autoriza laticínios com o Selo de Inspeção Federal – SIF – a comprar leite de pequenas indústrias com selos de inspeção estaduais ou municipais.

A iniciativa partiu de uma ação conjunta entre a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil – CNA – e entidades do setor. “Até hoje, para fazer o envio e o processamento do leite, as duas indústrias precisavam ter inspeção federal. Esse ofício vai permitir que qualquer outra indústria, com inspeção sanitária de outras esferas do governo, possa encaminhar seu leite para indústrias maiores com SIF”, afirma a coordenadora de Produção Animal da CNA, Lilian Figueiredo.

Para Domício Silva, presidente da Associação dos Criadores de Alagoas – ACA – e um dos vice-presidentes da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Alagoas – Faeal –, a medida emergencial desburocratiza a operacionalização da compra do leite neste momento de crise, em que os pequenos laticínios são os mais afetados por não terem capacidade de estocagem e diversificação de produtos.

“Quem trabalha na produção de queijo, por exemplo, não consegue armazenar nem dispõe de capital de giro para suportar de 30 a 60 dias de crise. Muitos desses produtores fornecem para lanchonetes, restaurantes e outros estabelecimentos que também estão sendo afetados. Uma das saídas é continuar captando o leite e vendê-lo para laticínios de maior porte e a medida do Ministério da Agricultura pode ser uma saída”, comenta Domício.

O presidente da Faeal, Álvaro Almeida, ressalta que o ofício circular do Ministério da Agricultura beneficia toda a cadeia produtiva. “O mais importante é que a medida permite que os pequenos produtores de leite voltem a fornecer matéria-prima para a pequena indústria, que retomará a produção para atender aos grandes laticínios. Sem dúvida este é um passo importante para amenizar a crise causada pelo coronavírus”, avalia.

Presidente do Sindicato Rural dos Produtores de Leite de Alagoas – Sindileite –, André Ramalho também reconhece a importância da medida do Governo Federal. “Alagoas tem 32 laticínios com inspeção estadual que basicamente trabalham com a produção de queijo coalho e muçarela e estão com dificuldade de escoar a produção para estabelecimentos como restaurantes e lanchonetes. Muitos desses laticínios reduziram a captação e alguns estão parando de captar. Não sabemos até quando perdurará a situação, mas esta medida dá condição para que as queijarias continuem a captação e repassem para a indústria de leite longa vida e para as indústrias de grande porte que trabalham com queijo e têm acesso a grandes redes de supermercados”, observa.

Segundo Lilian, devido à crise do coronavírus, os food services estão fechados e os microlaticínios que forneciam leite pasteurizado para essa linha de restaurantes e queijarias ficaram prejudicados. “Aqueles produtores que não estavam vendendo seu leite pois o laticínio para o qual forneciam estava sem mercado, voltarão a ter seu leite captado dando fluidez ao mercado de laticínios, principalmente na produção de leite UHT, que está com alta demanda no momento”, explicou.

De acordo com o ofício, diante dos riscos de desabastecimento de leite e produtos lácteos em algumas regiões e de inviabilidade dos estabelecimentos de pequeno porte frente ao aumento da demanda para elaboração de produtos com prazo de vida longa, como leite UHT e leite em pó, os estabelecimentos sob inspeção federal poderão receber leite a granel de uso industrial de estabelecimentos registrados em outras instâncias de inspeção.

A medida vale, em caráter excepcional, durante o período de calamidade pública, devendo manter registros auditáveis do recebimento que garantam a rastreabilidade da matéria-prima.