A oitava turma do Mais Pasto iniciou as atividades na última semana. Além do encontro bimestral de capacitação, espécie de aula aberta ao público em geral, os pecuaristas puderam participar de um Dia de Campo na Fazenda Gabriela, município de Santana do Mundaú.
Durante o Dia de Campo, os produtores puderam ver de perto os bons resultados na propriedade gerados a partir de ações como a construção de cerca elétrica eficiente; pré-pastejo e pós-pastejo com alta carga; área social com aproveitamento de aguadas naturais; e implantação de sombreamento para o gado.
Carioca radicado na Paraíba, o pecuarista Bernard Lins é o proprietário da Fazenda Gabriela. Ele conheceu o Mais Pasto em 2017, durante um congresso sobre pastoreio voisin em Maceió, e entrou no programa em fevereiro de 2019. Hoje, os ganhos são evidentes.
“Tivemos uma grande mudança de postura de aceitação de novas ideias entre os funcionários, a implementação da cerca elétrica reduziu o esforço da equipe, a forma de manejo muito eficiente fez com que o gado ficasse mais tranquilo, mais manso. Além disso, tive um ganho direto de 80% a mais de produtividade. Antes eu fazia o manejo com 120 animais, no mesmo espaço de terra onde hoje rodam 200. Acredito que, no inverno, terei um ganho de 100%”, comenta o produtor.
O programa Criado pelo Senar Alagoas em parceria com o Sebrae, o Mais Pasto é um programa de consultorias que capacita pequenos e médios pecuaristas para a utilização racional da pastagem e a gestão da propriedade rural. O objetivo é garantir o máximo aproveitamento do potencial dos pastos e melhorar os resultados econômicos para o produtor, seus familiares e funcionários.
A partir do diagnóstico da situação de cada propriedade, um plano de melhorias, ações e investimentos é elaborado. Além da consultoria coletiva, com encontros periódicos, o programa garante acompanhamento técnico, com visitas mensais de instrutores do Senar Alagoas às propriedades. Os bons resultados do Mais Pasto chamaram a atenção de produtores de outros países, como Argentina, Colômbia e México.
Presidentes e representantes de organizações alagoanas fornecedoras do Programa de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar – PAA –, modalidade doação simultânea, receberam orientações sobre legislação previdenciária rural na última sexta-feira, 31 de janeiro, em reunião organizada pela Companhia Nacional de Abastecimento – Cohab. As orientações foram repassadas pela analista de Arrecadação do Senar Alagoas, Carla Christine.
A ação faz parte do Programa Cidadania Rural, iniciativa do Senar para orientar e informar homens e mulheres do campo sobre direitos e deveres, com foco na legislação previdenciária e tributária.
“Quando as pessoas jurídicas compram produtos de pessoas físicas, são obrigadas a fazer uma retenção de 1,5% para o INSS. A partir daí, esse recolhimento poderá servir como prova da atividade rural no momento em que os produtores requererem os benefícios da previdência e que muitas vezes eles desconhecem. Por isso, estamos conscientizando as empresas para que retenham o imposto e os produtores para que exijam essa retenção”, explica Carla Christine.
“Quando uma pessoa jurídica deixa de reter o imposto, o produtor perde a possibilidade complementar a prova de sua atividade. Com essa retenção poderá ser mais fácil se aposentar dentre outros benefícios. A alíquota de 1,5% retida é repartida da seguinte forma: 1,2% para o INSS; 0,1% para o RAT (acidente de trabalho) e 0,2% para o Senar. É com este percentual que o Senar cumpre a sua missão de qualificar o homem e a mulher do campo”, destaca Carla.
A reunião contou com a participação dos dirigentes das instituições fornecedoras selecionadas no processo seletivo do PAA 2019. Ao todo, R$ 1.467.813,78 foram destinados para 15 projetos contratados. “As associações se inscreveram no sistema SigPAA entre os meses de setembro e outubro. Os projetos foram ranqueados de acordo com os critérios de seleção e a disponibilidade de recursos. Recebemos os recursos no final do ano, estamos iniciando a execução desses projetos e a entrega dos produtos nas unidades recebedoras devem acontecer a partir de fevereiro”, diz Adriano Jorge, encarregado do Setor de Apoio à Logística e Gestão da Oferta da Conab.
Carla Christine: “Orientamos sobre direitos que o produtor muitas vezes desconhece”
O programa A Modalidade Compra com Doação Simultânea promove a articulação entre a produção da agricultura familiar e as demandas locais de suplementação alimentar, além fomentar o desenvolvimento da economia local. Tem a função de estimular a produção da agricultura familiar, apoiando a comercialização por meio da aquisição de alimentos para doação às famílias em situação de insegurança alimentar e nutricional, atendidas por entidades socioassistenciais, e abastecendo equipamentos públicos de alimentação e nutrição – restaurantes populares, cozinhas comunitárias e bancos de alimentos.
O PAA, por meio da modalidade Compra com Doação Simultânea, atua em duas frentes: ao comprar o alimento diretamente do pequeno agricultor, valoriza e estimula a atividade da agricultura familiar, fortalecendo esse segmento, e incentiva a organização desses trabalhadores em cooperativas ou associações.
Ao destinar esses alimentos aos beneficiários consumidores, o programa contribui para o abastecimento das entidades, possibilitando a aquisição de alimentos in natura ou processados da produção familiar local, enriquecendo os cardápios oferecidos por essas instituições. O fornecimento de produtos orgânicos é privilegiado.
Os alimentos adquiridos são doados às entidades da rede socioassistencial (tais como: Centros de Referência de Assistência Social (Cras), Centros de Referência Especializado em Assistência Social (Creas), Centros de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centros POP), equipamentos que ofertem o serviço de acolhimento e entidades de assistência social), aos equipamentos públicos de segurança alimentar e nutricional (restaurantes populares, cozinhas comunitárias e bancos de alimentos) e, à rede pública e filantrópica de ensino.
Projeto deve ser apresentado ao governador Renan Filho na próxima semana
Reunião aconteceu na sede da Sedetur
Instituições ligadas à agropecuária alagoana pretendem apresentar ao governador Renan Filho, na próxima semana, um programa de incentivo ao desenvolvimento da cadeia produtiva do leite na Zona da Mata. A decisão foi tomada na manhã desta segunda-feira, 3, em reunião realizada na sede da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e Turismo – Sedetur.
Participaram da reunião dirigentes da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Alagoas – Faeal –; Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar AL –; Sebrae; Federação da Indústria; Associação dos Criadores de Alagoas – ACA –; Sindicato dos Produtores de Leite de Alagoas – Sindileite – e da empresa Natville, que nos próximos 30 dias deve inaugurar uma unidade industrial no município de União dos Palmares com capacidade de processar 200 mil litros de leite por dia.
“A fábrica será inaugurada, no mais tardar, no início de março para a fabricação de produtos UHT – achocolatados, bebidas –, mas nós também pretendemos incluir o leite e o creme de leite. Toda a parte de produção de leite nós queremos desenvolver mais próximo da unidade para beneficiar o produtor local. A partir do relacionamento direto com o produtor, o preço pago será mais justo do que por meio de atravessadores”, comenta o diretor geral da Natville, Flávio Dantas.
“A chegada da Natville é fundamental para que nós possamos dar uma solução para a bacia de leite do nosso estado de forma rápida e coesa. Alagoas agora passa a ter uma grande indústria que garante a compra efetiva do leite de qualidade e a um preço justo. O que precisamos agora é unir os esforços das instituições para que a Zona da Mata volte a ser uma produtora relevante em Alagoas”, afirma o secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico e Turismo, Rafael Brito.
O projeto será elaborado por técnicos do Sebrae. A ideia é reunir a experiência tanto desta instituição, quanto do Senar Alagoas e da indústria para propor soluções, principalmente com foco na assistência técnica, tudo sob a articulação e o apoio do Governo do Estado. “Nós temos inclusive disponibilidade para aporte de recursos públicos e próprios nessa operação, para beneficiar, sobretudo, o pequeno produtor”, ressalta Brito.
Álvaro Almeida ao lado do secretário Rafael Brito: “Precisamos pensar também da porteira para fora”
“Hoje, no Senar, a palavra de ordem é assistência técnica e gerencial, então este é o melhor momento para juntarmos os esforços. Mas é importante não pensarmos somente da porteira para dentro. É preciso pensar da indústria para a frente, no comércio que vai absorver os produtos da indústria. Então é necessário que o comércio discuta, sugira, participe do convênio”, observa o presidente da Faeal, Álvaro Almeida.
O presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae, Zezinho Nogueira, também reforça a importância da assistência técnica. “Antigamente nós tínhamos uma Emater em que toda semana um técnico visitava a fazenda do produtor, perguntava o que estava precisando e sugeria uma técnica nova de produção. Hoje isso acabou e você precisa ter não só a fiscalização, mas a assistência técnica. No Sertão, as pessoas sabem produzir leite, plantar uma palma, fazer silo, feno. Na Zona da Mata ninguém sabe, pois a cultura sempre foi da cana-de-açúcar”, observa.
De acordo com o presidente do Sindileite, André Ramalho, programas de incentivo à produção já realizados em Alagoas devem embasar o novo projeto. “Temos experiências exitosas desde 2008, com o programa Territórios da Cidadania, do MDA, que incluía o território da bacia leiteira em Alagoas, com 11 municípios. A partir daí os produtores criaram associações, algumas delas evoluíram para cooperativas. Junto a isso também vieram o APL de Laticínios e o Crescer no Campo, programas do Sebrae, o Sertão Empreendedor, parceria entre Senar e Sebrae, que trabalharam justamente a assistência técnica e gerencial. Portanto, já temos um norte e a vinda da indústria contribuirá muito para o crescimento, agora, da Zona da Mata”, avalia.
Outras reuniões
“Precisamos organizar os programas de assistência técnica que já existem e unir o governo e as instituições para organizar esses programas junto com o laticínio âncora, para fomentar a produção de leite na Zona da Mata. Para isso, devemos não só buscar a assistência técnica, mas o incentivo à aquisição de material genético, de matrizes para que a gente possa desenvolver a região”, diz o presidente da ACA, Domício Silva.
Gestores da Faeal, Senar, ACA, Sindileite e Natville também estiveram na sede da Superintendência Federal da Agricultura em Alagoas, para discutir o assunto com o superintendente Alay Correia e técnicos da instituição. Posteriormente, foram recebidos pelo superintendente do Banco do Nordeste no Estado, Pedro Ermírio.
“A capacidade de produção da Natville, junto ao trabalho que vem sendo feito pela comissão do programa Agronordeste, que priorizou a atividade da bovinocultura de leite na integração e reestruturação das propriedades rurais, desde os pequenos produtores até os maiores, dinamizará toda a cadeia produtiva no estado de Alagoas”, pondera Ermírio.
Assunto também foi discutido na Superintendência Federal da Agricultura em Alagoas
Presidente do Sindicato Rural de Arapiraca apresenta resultados
Produtores de fumo do agreste de Alagoas registraram a maior safra dos últimos seis anos. Segundo estimativa do Sindicato Rural de Arapiraca – cidade-polo da região –, em 2019, cerca de 17.375 toneladas de fumo foram produzidas em uma área total de 15 mil hectares. Os resultados representam um crescimento de aproximadamente 579% se comparados às 3.000 ton de 2018. Uma guinada na produção que vinha caindo gradativamente desde 2014, quando a estimativa foi 14.084 mil toneladas em uma área de 9 mil ha.
Os dados foram apresentados na tarde dessa terça-feira, 28, em Arapiraca, durante o 12º Encontro de Produtores do Agreste. O evento anual reúne produtores rurais, secretários e representantes das secretarias de agricultura dos municípios de Arapiraca, Feira Grande, Craíbas, Girau do Ponciano, São Sebastião, Lagoa da Canoa, Limoeiro, Coité do Nóia e Taquarana, do Banco do Brasil e do Banco do Nordeste, além de autoridades políticas e gestores de instituições ligadas à agropecuária.
“Em 2018 nós vivemos uma frustração de safra muito grande, mas, em 2019, tivemos um inverno mais uniforme e isso favoreceu ao desenvolvimento da cultura. O preço bom foi devido à pouca oferta do produto em função de uma precipitação pluviométrica baixa durante a safra 2018. A comercialização da safra 2018 foi realizada durante o ano 2019 e a safra 2019 é comercializada durante o ano de 2020, por isso a tendência é de preços menores do que a comercialização realizada no ano passado”, pondera o presidente do Sindicato Rural de Arapiraca, José Adailton Barbosa Lopes, organizador do encontro.
“O estoque é estratégico e regulador, pois, se o produto faltar, o preço aumentará demais e isso dificultará as negociações. Uma área plantada de 15 mil hectares é muito representativa em qualquer cultura no estado de Alagoas, mas essa produção precisa ser eficiente ao máximo para que as dificuldades sejam superadas, independentemente de qualquer política de consumo”, comenta o vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Alagoas – Faeal –, Edilson Maia.
Evento reuniu muitos produtores rurais
Indústria na região
Durante o encontro, os produtores rurais também puderam conhecer um pouco mais sobre a Amafil, uma das maiores empresas de processamento de mandioca do Brasil, que deve começar a funcionar em Alagoas no próximo mês de junho. Em construção no município de Teotônio Vilela, a unidade de produção de fécula terá capacidade de moer, em média, 240 toneladas de mandioca por dia.
“A Amafil vinha buscando um local para se instalar no Nordeste, que tem um dos maiores polos consumidores de fécula de mandioca. Precisávamos de uma região onde houvesse matéria-prima e água em quantidade e qualidade. Em Teotônio, encontramos tudo isso e uma prefeitura disposta a firmar parceria com a empresa, o que acelerou o processo de implantação da unidade”, rememora o gerente administrativo da Amafil em Alagoas, Anderson de Melo.
Para a deputada Jó Pereira, a chegada da Amafil sinaliza a interiorização da indústria em Alagoas e a valorização e aproveitamento da matéria-prima produzida no estado. “Nós temos vocação natural para produzir mandioca, o solo é propício, o agricultor alagoano sabe plantar e a Amafil traz a possibilidade de desenvolvimento econômico regional, por meio do que o campo produz, beneficiando toda a cadeia produtiva”, analisa.
“Vindo para Alagoas, a Amafil cria um novo momento para quem já vive plantando a mandioca com dificuldade, muitas vezes precisa vender para estados vizinhos e, com a chegada da empresa, passa a estabelecer um diálogo permanente com quem vai comprar”, diz o superintendente do Ministério da Agricultura, Pesca e Aquicultura – Mapa – em Alagoas, Alay Correia.
O vice-presidente da Faeal, Edilson Maia e a deputada estadual Jó Pereira ao lado do presidente do Sindicato Rural de Arapiraca, José Adailton Lopes
O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar Alagoas – convidou técnicos cadastrados para uma reunião de orientação sobre os novos procedimentos de credenciamento para quem deseja trabalhar em projetos de Assistência Técnica e Gerencial.
Além de esclarecer dúvidas sobre documentações necessárias, a equipe do Senar também apresentou o edital para Formação Profissional Rural e Promoção Social que deve ser lançado nos próximos dias.
“Convidamos todos os técnicos já cadastrados em nosso sistema, pois mesmo quem já tem cadastro precisará passar por credenciamento. É até uma maneira de atualizar as documentações, já que muitos passam por capacitações e não atualizam o currículo”, explica a coordenadora de Assistência Técnica e Gerencial do Senar Alagoas, Luana Torres.
Segundo Luana, o processo de credenciamento agora está mais rigoroso e organizado. “O credenciamento de assistência técnica apresenta alguns tópicos que são mais complexos, daí a importância das orientações”, afirma.
Luana Torres orienta técnicos sobre credenciamento
Editais Dois editais de credenciamento de pessoas jurídicas estão publicados no site do Senar Alagoas. O primeiro para o projeto Prospera Agropecuária Semiárido e o segundo, para ações de assistência técnica e gerencial em todo o estado. As vagas são para pecuária, agricultura e agroindústria.
O terceiro edital, para o cadastro de prestadores de serviços de instrutoria e consultoria em ações de Formação Profissional Rural e Promoção Social deve ser publicado ainda esta semana. “Este edital segue as mesmas vertentes dos editais de assistência técnica, mas não tem a exigência de que seja uma empresa ME, Limitada ou Eireli. Pode ser MEI, então, é um processo um pouco mais simples”, adianta Luana.
Para ter acesso aos editais de credenciamento do Senar, basta clicar aqui.
A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Alagoas – Faeal – e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar Alagoas – têm apoiado os produtores rurais para que cumpram a Lei da Aprendizagem. E os resultados começam a aparecer. Nesta segunda-feira, 27, a primeira turma de 2020 do programa Jovem Agricultor Aprendiz – JAA –, para a formação de mecânicos em manutenção de tratores, iniciou as atividades na Usina Caeté, em São Miguel dos Campos, com 7 dos 21 alunos (33,33%) contratados por meio de uma parceria entre a empresa e três fornecedores.
“Os produtores nos procuraram para ver a possibilidade de incluir aprendizes que eles precisavam contratar em nossa turma. O contrato foi revisto entre os departamentos jurídicos da usina e do Senar, definindo as responsabilidades de todas as partes, e nós fizemos todo o processo seletivo com o suporte financeiro dos fornecedores para a realização de exames médicos e a contratação dos aprendizes”, explica Marta Santos, gerente de Gestão de Pessoas da Caeté.
Aos 18 anos, Everton Soares dos Santos é um dos sete selecionados por meio da parceria. Para ele, ingressar no programa Jovem Agricultor Aprendiz traz novas perspectivas de futuro. “Estou muito feliz, acho que essa oportunidade não só vai ajudar a melhorar minha vida como a da minha família. Eu sempre gostei de estudar matemática, o curso do Senar vai mexer com cálculos, com máquinas, quem sabe eu não possa depois fazer uma faculdade na área de engenharia?”, projeta o garoto.
Everton dos Santos já pensa em cursar Engenharia
Para todos os 21 alunos da nova turma de Mecânico de Manutenção de Tratores da Caeté, o JAA representa a primeira assinatura na Carteira de Trabalho e a possibilidade de permanecer na empresa. Hoje, 65 colaboradores da usina são ex-aprendizes. “Naturalmente esses jovens estão aqui para aprender, mas isso não tira deles as responsabilidades profissionais. Todos são registrados, têm horário a cumprir, e tudo isso já é um exercício dentro do processo de aprendizagem”, destaca Marta Santos.
O curso tem carga horária de 1.000 horas, divididas em atividades teóricas e práticas. Durante um ano, os alunos desenvolvem valores humanísticos e competências técnicas, de educação permanente, sociais e interpessoais. “Além da manutenção de tratores, eles aprendem sobre comunicação oral e escrita, cálculos matemáticos, informática, cidadania, higiene e qualidade de vida, integração no trabalho, princípios de qualidade e gestão empreendedora. Isso significa dizer que nós oferecemos uma formação abrangente, uma preparação para o mundo do trabalho e para a vida”, ressalta a coordenadora técnica do Senar Alagoas, Graziela Freitas.
Alunos recebem fardamento e orientações na primeira aula
Orientação Desde o segundo semestre do ano passado, o Ministério Público do Trabalho – MPT –, a Superintendência Regional do Trabalho – SRTb/AL – e o Tribunal Regional do Trabalho – TRT – vêm realizando um trabalho de conscientização e orientação do produtor rural sobre os benefícios da contratação de jovens aprendizes no campo. Segundo a procuradora do MPT, Virgínia Ferreira, é preciso preparar os jovens para o exercício profissional, dando-lhes oportunidade de inserção no mercado de trabalho, de forma protegida.
“O Senar oferta aos produtores rurais cursos com reconhecida excelência, em diversas atividades agrícolas e na pecuária. O trabalhador qualificado apresenta melhor produtividade, maior zelo no uso de ferramentas e insumos, menor risco de sofrer acidentes do trabalho, entre outras inúmeras vantagens. Com o passar do tempo todos enxergarão a aprendizagem como uma grande aliada para o desenvolvimento e transformação da sociedade”, comenta Virgínia Ferreira.
180 turmas, 1.755 alunos, 27 municípios contemplados. Este é o saldo dos cursos de Informática do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar Alagoas – em 2019. Na última terça-feira, 21, o Senar reuniu instrutores em sua sede, no bairro do Jaraguá, em Maceió, para fazer uma análise dos resultados do ano passado e planejar as ações para 2020.
A reunião foi conduzida por Vilma Rodrigues, responsável pela área de Informática do Senar Alagoas. Foram discutidos assuntos como planejamento dos treinamentos e sugestões de melhorias para os equipamentos. “Também discutimos como podemos melhorar a nossa atuação em sala de aula para atender à comunidade rural. Eu avalio que em 2019 tivemos 99,9% de aproveitamento, pois o Senar está sempre buscando melhorias não só para o produtor rural, como também para os instrutores”, avalia o instrutor Rodrigo Nepomuceno.
O Senar Alagoas oferece cursos de Informática Básica em escolas, sedes de sindicatos patronais rurais, associações comunitárias ou por meio da unidade móvel, um micro-ônibus adaptado e equipado com computadores que percorre todo o estado. A carga horária do curso é de 20 horas e o objetivo é capacitar a população rural para o mercado de trabalho ou para melhorar o gerenciamento do próprio negócio. Jovens, homens e mulheres do campo aprendem noções básicas de informática, como criar um e-mail, utilizar a internet e softwares como Word e Excel.
Agendamento O primeiro curso de 2020 acontecerá no município de Junqueiro, no próximo mês de março. Para solicitar os cursos do Senar Alagoas, basta procurar o Sindicato Patronal Rural, a Federação da Agricultura ou qualquer outra entidade vinculada ao setor rural. O Senar está localizado na Rua Dr. Rocha Cavalcante, 181, Jaraguá. Informações: (82) 3217-9813 ou senar@senar-al.org.br.
Luana Torres: “Abrimos editais para pecuária, agricultura e agroindústria”
O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar – está credenciando pessoas jurídicas para as funções de supervisor e técnico de campo de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG). Ao todo serão 400 vagas para supervisor e 4.000 para técnico de campo em todo o Brasil.
Dois editais já estão disponíveis no site do Senar Alagoas, um para o projeto Prospera Agropecuária Semiárido e outro para ações de assistência técnica e gerencial em todo o estado. “Abrimos editais para pecuária, agricultura e agroindústria, para credenciar técnicos com formação nessas áreas, a exemplo de veterinários, zootecnistas, administradores, agrônomos e, na agroindústria, podem até ser nutricionistas, técnicos agrícolas e de laticínios que atendam aos pré-requisitos dos editais”, afirma Luana Torres, coordenadora de ATeG do Senar Alagoas.
O credenciamento poderá ser feito durante o ano inteiro e não há limite de vagas. Os profissionais aprovados no processo seletivo serão acionados pelo Senar Alagoas, de acordo com as demandas. A remuneração se dará por entrega. “Cada técnico de campo poderá visitar até 30 propriedades rurais por mês, num período de até dois anos. O valor da visita é de R$ 200, ou seja, ele receberá até R$ 6 mil mensais. Já para o supervisor, que trabalhará por amostragem, a remuneração poderá chegar até R$ 3.600,00 por mês”, pondera Luana.
Funções O supervisor de campo é o profissional responsável direto pelo acompanhamento dos trabalhos desenvolvidos pelos técnicos de campo. Realiza reuniões, treinamentos, visitas de supervisão aos produtores rurais e a validação técnica dos documentos e relatórios das visitas às propriedades rurais.
Já o técnico da ATeG faz o atendimento aos produtores rurais por meio de visitas às propriedades, onde transmite conhecimentos relacionados à gestão técnica, econômica e ambiental da empresa rural orientando as atividades desenvolvidas nas propriedades.
ATeG
A Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do Senar é uma metodologia que visa atender produtores rurais, adotando um modelo de gestão e operação continuada, que engloba todos os processos da atividade produtiva na propriedade.
O principal objetivo da ATeG do Senar é promover o incremento de renda e produtividade baseado no diagnóstico, planejamento, adequação tecnológica, capacitação complementar e avaliação de resultados nas propriedades rurais, que recebem visitas periódicas e individuais realizadas pelo técnico com foco em uma atividade produtiva priorizada pelo produtor.
A ATeG é feita com base em um planejamento estratégico construído junto com o produtor e diretamente relacionado a um programa de capacitação profissional que possa gerenciar seu negócio com um empreendimento rural de sucesso.
Formandos do Curso Técnico em Agronegócio do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar Alagoas – criaram uma entidade de classe no município de Major Izidoro, a 196 quilômetros de Maceió. A Associação dos Criadores de Aves, Assistência Técnica Rural e Fabricação de Derivados do Leite foi oficializada no dia 9 de agosto do ano passado, com o objetivo de gerar renda para os associados.
“O intuito é fortalecer as atividades de criação de galinhas caipiras, produção de doces e derivados do leite, escoando a produção por meio de políticas públicas”, explica o presidente da associação, José Agilson Araújo dos Anjos.
A entidade ainda está em fase de organização e funciona provisoriamente na garagem da casa de um dos 12 associados. “Inicialmente demos preferência aos colegas que participaram do Curso Técnico em Agronegócio do Senar. Depois, em assembleias, analisaremos as pessoas que estão interessadas em participar da nossa associação”, diz José Agilson.
Algumas ações já vêm sendo realizadas. “Mantivemos contato com a prefeita da cidade, que nos falou que iria ajudar por meio das políticas públicas; já fizemos curso de doces e pretendemos realizar mais capacitações pelo Senar, conforme convênio com a Secretaria Municipal de Indústria e Comércio de Major Izidoro”, pontua o presidente da associação.
Para José Agilson, a associação também funciona como uma vitrine para os formandos. “É muito importante para que todos nós possamos mostrar à população o que aprendemos e aplicar a nossa aprendizagem e experiências adquiridas durante o curso”, destaca.