Pesquisa avalia importância da aprendizagem rural em Alagoas

Uma pesquisa realizada com 100 dos 891 ex-alunos do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar Alagoas – aponta dados positivos sobre a importância socioeconômica e cultural da aprendizagem rural na vida dos jovens alagoanos. Capacitados entre os anos de 2013 a 2019, com idade de 14 a 24 anos, os egressos responderam a um questionário virtual e 90% disseram ter se desenvolvido pessoal e profissionalmente com a capacitação. 92% perceberam uma melhoria na qualidade de vida ainda durante a participação nos cursos.

Os resultados constam na pesquisa intitulada “A importância da aprendizagem e sua efetivação em Alagoas”, realizada por Rita Gouvêa, assistente social, técnica em Agropecuária e instrutora do Senar Alagoas, em parceria com José Crisólogo de Sales Silva, agrônomo, mestre em Ciências Agrárias, doutor em Ciências e professor da Universidade Estadual de Alagoas – Uneal. O trabalho foi aprovado para apresentação no 10º Encontro Científico Cultural – ENCCULT –, evento coordenado pela Uneal, que acontecerá entre os dias 1º e 4 de setembro.

Questionados sobre os benefícios da aprendizagem, muitos entrevistados fizeram referência à aquisição de conhecimentos, preparação para o mercado de trabalho e à oportunidade do primeiro emprego que veio com a capacitação do Senar. “Estão expressas não somente as vantagens financeiras, mediante a garantia de um salário mínimo/hora entre outros benefícios, mas, sobretudo, a formação para a cidadania dos jovens aprendizes. Portanto, é possível afirmar que o programa do Senar tem uma importância significativa para os jovens e seus familiares”, avalia Rita Gouvêa.

A pesquisa também traçou um perfil socioeconômico dos ex-alunos. Apenas 1% dispõe de renda familiar com quatro salários ou mais. “Os dados trazem o perfil do jovem carente, que necessita da renda do trabalho para si, para a sua família. A formação profissional garantirá sua inserção no mercado de trabalho com condições dignas”, observa Rita, que também é integrante do Grupo de Pesquisa Políticas Públicas e Processos Organizativos da Sociedade, da Faculdade de Serviço Social da Universidade Federal de Alagoas (Ufal).

Rita Gouvêa entre alunos do Senar

Os pesquisadores ainda avaliaram os entraves e as possibilidades para a efetivação da aprendizagem em Alagoas. De acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), o estado tem potencial para preencher mais de 24 mil vagas, se considerado o máximo de 15% de aprendizes nas empresas, mas apenas 3,8 mil dessas vagas estão preenchidas. Os reflexos aparecem em 2019, no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), onde Alagoas registra o segundo pior índice do Brasil na cota de aprendizagem. São apenas 3.766 jovens no mercado de trabalho por meio do Programa, o que representa apenas 32,04% do potencial alagoano.

Apesar de reconhecer o avanço obtido pelo esforço coletivo das instituições federais e estaduais de natureza pública e privada, e das organizações de direito de defesa dos interesses da criança e do adolescente com a aprovação de três projetos de lei relativos a efetivação da aprendizagem profissional em Alagoas, Rita e José Crisólogo propõem a abertura de um diálogo amplo e fortalecedor dos processos de democracia, de governança, de transparência e proximidade do Estado com a sociedade.

“Consideramos necessária a criação de um fórum de debates que envolva todos os sujeitos já inseridos e os interessados, estimulando a discussão para possíveis encaminhamentos com vistas ao fortalecimento da lei da aprendizagem no Estado, objetivando fomentar uma discussão efetiva sobre sua operacionalização e ampliação de sua abrangência para que contemple um maior número de vagas para os jovens aprendizes”, sugerem os pesquisadores.

Senar atende 90 produtores de Delmiro Gouveia pelo Agronordeste

Fotos: Artur Felipe/BCCOM

“Nunca tivemos assistência técnica aqui, essa é a primeira vez”, afirma o produtor rural Elias Oliveira Luna, do Povoado Pedrão, em Delmiro Gouveia, Sertão de Alagoas. Elias é um dos 90 ovinocaprinocultores, horticultores e avicultores do município beneficiados com a assistência técnica e gerencial do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar Alagoas –, por meio do Programa Agronordeste.

Desde o início dos atendimentos, no último mês de abril, a propriedade de Elias já recebeu cinco visitas do zootecnista e técnico de campo do Senar Pedro Miranda. Além de orientar o produtor no registro e análise dos dados produtivos e na adoção de um protocolo de vermifugação para os ovinos e caprinos, Pedro iniciou um trabalho de melhoramento genético do rebanho, com descarte e aquisição de animais. Os resultados positivos já começam a aparecer.

“Os animais aqui nasciam com defeitos nas patas, isso está melhorando e não vai acontecer mais, tenho certeza. Algumas coisas que a gente já aplicava também foram melhoradas. A sanidade do local, a utilização de sal mineral, que antes não era frequente e hoje já temos três cochos, a água que a gente só dava de dia e agora também está disponível à noite, entre outras coisas”, observa Elias Luna.

“As instalações utilizadas pelos produtores geralmente são muito precárias e nós estamos fazendo essa melhoria, pois sabemos que a sanidade do animal tem a ver com a qualidade de vida dele, questões ambientais influenciam muito também no ganho de peso. O Elias já tinha as ferramentas para a melhoria, o pasto, currais de manejo, toda a estrutura. A gente está ajudando a aprimorar”, comenta o técnico de campo Pedro Miranda.

Situação semelhante vive o olericultor Lucimário Nunes de Melo, do Povoado Juá, zona rural de Delmiro Gouveia. Antes da assistência técnica do Senar AL, pelo Programa Agronordeste, Lucimário sofria com a perda de produção. Com a chegada do engenheiro agrônomo e técnico de campo Edjane Ulisses, iniciou um trabalho de adequação das técnicas de manejo das culturas, com registro das informações produtivas e recuperação das instalações.

“Quando eu cheguei a Delmiro Gouveia, havia problemas em praticamente todas as propriedades. Essa época é de chuva na região, o frio e a umidade elevada favorecem o desenvolvimento de muitas doenças. Além dessas doenças que atacavam as culturas, as barreiras sanitárias em algumas cidades, por conta da pandemia de covid-19, impossibilitavam o escoamento da produção e provocavam prejuízos, tanto na comercialização, quanto no ataque às pragas e doenças. A gente começou a trabalhar com insumos mais assertivos, controle da nutrição, espaçamento das plantas e a favorecer a sanidade das culturas”, comenta Ulisses.

Beneficiado com a assistência técnica e gerencial, Lucimário, que em abril tinha receio de promover mudanças na propriedade, hoje comemora os resultados. “O problema das despesas eu estou controlando, graças a Deus, reduzindo custos e aumentando a produtividade também. Antes eu recebia visitas de técnicos que chegavam aqui, diziam “use isso” e depois não voltavam mais. Já o Ulisses orienta a gente direitinho e está nos ajudando bastante. A diferença é muito grande”, reconhece o olericultor.

Agronordeste: Senar inicia novas turmas de assistência técnica em Alagoas

60 fruticultores do município de Palmeira dos Índios começaram a ser atendidos esta semana

Na primeira etapa, técnico de campo faz o diagnóstico em cada propriedade

Maria Eduarda Xavier
Estagiária sob supervisão

O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar Alagoas – iniciou, nessa segunda, 10, o atendimento a duas turmas de fruticultores, no município de Palmeira dos Índios, pelo Programa Agronordeste. Cada turma tem 30 produtores beneficiados. Agora, chega a 360 o número de famílias que estão recebendo assistência técnica e gerencial gratuita no estado.

Os fruticultores que produzem umbu-cajá e pinha em Palmeiras do Índios são atendidos pelos técnicos de campo do programa de Assistência Técnica e Gerencial – ATeG – do Senar Alagoas. Eles deram início à primeira fase do programa, que é o diagnóstico da propriedade.

“Nessa primeira etapa, o técnico de campo realiza o trabalho de forma mais individualizada com os produtores, para entender a situação e os problemas da propriedade e auxiliá-los na construção de um planejamento estratégico de ações”, explica Luana Torres, coordenadora de ATeG do Senar Alagoas.

Outras turmas devem ser iniciadas em breve. Além de Palmeira dos Índios, esta segunda fase do programa Agronordeste beneficiará produtores de São José da Tapera, com um grupo de avicultores; Belo Monte (dois grupos de bovinocultura de corte), Taquarana (um grupo de horticultura), Girau do Ponciano, Traipu e Craíbas (bovinocultura de leite).

O plano de ações do Programa Agronordeste tem duração de dois anos, com a meta de atingir positivamente 1.157 propriedades em Alagoas.

O programa
Conduzido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – Mapa –, com o apoio da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil – CNA –, entre outras instituições, o programa tem o objetivo de impulsionar o desenvolvimento econômico e social sustentável do meio rural na região Nordeste.

O Agronordeste foi lançado no último mês de outubro e é voltado para pequenos e médios produtores que já comercializam parte de sua produção, mas ainda encontram dificuldades para expandir o negócio e gerar mais renda e emprego na região onde vivem.

Assistidos pelo Agronordeste, bovinocultores de leite superam crise provocada pela pandemia

No município de Major Izidoro, sertão alagoano, a renda bruta média dos produtores cresceu 40% nos 2 meses mais críticos

Técnico de campo Filipe Chagas com produtor rural em Major Izidoro

A vinculação da bovinocultura leiteira do município de Major Izidoro, no sertão alagoano, ao programa Agronordeste proporcionou resultados importantes e contribuiu para que os produtores pudessem enfrentar o momento mais crítico da crise econômica provocada pela pandemia da Covid-19. Do final de março ao final de julho, a renda bruta média dos bovinocultores de leite, que era de R$ 5.000 por mês, chegou a sofrer uma queda com o fechamento total do comércio, mas aumentou para quase R$ 7.000. Um crescimento de 40%.

Essa e outras informações sobre os dois primeiros meses de trabalho pelo programa Agronordeste foram divulgadas em relatório assinado pela coordenadora de Assistência Técnica e Gerencial – ATeG – do Senar Alagoas, Luana Torres, e pelo zootecnista e técnico de campo Filipe Chagas, responsável pelo atendimento aos produtores de leite da região de Major Izidoro.

De acordo com os resultados apresentados, a recomendação do técnico de campo, para que os produtores reduzissem o fornecimento de ração, contribuiu para a diminuição dos custos, preveniu problemas com infecções das glândulas mamárias dos animais, gastos com medicamentos e foi de extrema importância para a estabilidade da renda bruta dos bovinocultores de leite assistidos.

Por conta da pandemia, a produção média de leite na região de Major Izidoro apresentou uma queda considerável no mês de junho, de 4.200 litros para pouco mais de 3.800 l. A redução está relacionada ao fechamento total do comércio. Com estoques lotados e sem ter para onde escoar a produção, os laticínios que absorvem o leite dos produtores assistidos pararam de comprar o leite da segunda ordenha (período da tarde).

Porém, no mês julho, a abertura parcial dos restaurantes e lanchonetes com a opção de delivery possibilitou o escoamento da produção dos laticínios e viabilizou a compra do leite das duas ordenhas. Com a assistência técnica e gerencial do Senar, por meio do programa Agronordeste, a produção média saltou para 4.300 litros por mês.

Paralelamente, o preço médio pago pelo litro de leite aumentou de R$ 1,18 para R$ 1,32 no período. Este aumento está relacionado à pandemia, como forma de amenizar os prejuízos dos produtores no momento em que só conseguiam comercializar o leite da primeira ordenha.

“Esse aumento no valor pago pelo litro do leite, aliado à redução dos gastos com a ração, foi fundamental para manter os produtores na atividade, pois possibilitou manter a renda bruta dos produtores estável nos meses em que o comércio permaneceu fechado e aumentá-la com a abertura parcial do comércio”, conclui o relatório produzido no Senar Alagoas.

Receita Federal e Incra estabelecem novas datas para a vinculação entre o Código Incra e o Nirf

Em razão das medidas de distanciamento social para a redução da velocidade de propagação da Covid-19, a Receita Federal e Incra estabeleceram novas datas para que o procedimento de vinculação entre o Código Incra e o Número do Imóvel na Receita Federal (Nirf) seja realizado pelos titulares de imóveis rurais de todo o país.

Conforme Instrução Normativa Conjunta – IN Conjunta RFB/Incra nº 1.968/2020 a partir de 1º de agosto de 2020 o procedimento de vinculação deve ser realizado no sistema online do Cadastro Nacional de Imóveis Rurais (CNIR) até:

31/12/2021, para imóveis com área maior que 50 ha;

31/12/2022, para imóveis com área menor ou igual a 50 ha.

Já foi realizada a vinculação de mais de 40% dos imóveis cadastrados no Sistema Nacional de Cadastro Rural (SNCR), o que garante a integridade cadastral entre a base do Incra e o Cadastro de Imóveis Rurais (Cafir) da RFB. Com isso, cada vez que um imóvel sofrer uma alteração cadastral na base do Incra, os dados são atualizados automaticamente nas bases da RFB.

Em razão da vinculação, desde 2017 mais de 1.000.000 de operações de alteração cadastral foram realizados no Cafir sem que fosse necessária a apresentação de qualquer solicitação por parte dos titulares de imóveis rurais ou análise de quaisquer documentos por parte de servidores da Receita Federal.

No mesmo período, mais de 72.000 imóveis rurais foram inscritos no Cafir a partir da integração com o SNCR/Incra, o que facilita a solicitação da operação pelo cidadão e também o trabalho na Receita Federal, pois as condições de existência do imóvel e de sua titularidade já foram analisadas e validadas pelo Incra.

Com fins de aumentar os níveis de vinculação e de incentivar a prática de atos de inscrição e de alteração cadastral de forma integrada, os imóveis rurais deverão estar previamente vinculados caso seja necessária a prática, no Cafir, dos atos de inscrição e de alteração cadastral, hipótese em que não se aplicam os novos prazos estabelecidos pela IN Conjunta RFB/Incra nº 1.968/2020.

Por esse motivo, o aplicativo Cafir Coletor Web será descontinuado a partir de 1º de agosto de 2020 para a prática de atos de inscrição e de alteração cadastral. Para realizar essas operações de forma facilitada e integrada, o titular do imóvel precisará recorrer

às funcionalidades disponíveis no sistema online do CNIR.

Informações sobre o procedimento de vinculação e os procedimentos de inscrição e alteração cadastrais no sistema online do CNIR estão disponíveis no novo Portal CNIR, na opção Manuais/CNIR.

O novo Portal CNIR substituirá, também a partir de 1º de agosto de 2020, o Portal Cadastro Rural.

Senar lança prêmio de vídeos educativos para instrutores

O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar –, por meio de sua Administração Central, realiza o 1º Prêmio de Vídeos Educativos para Instrutores de Formação Profissional Rural – FPR – e Promoção Social – PS. O prêmio é destinado a profissionais credenciados pelas Administrações Regionais do Senar e o objetivo é reconhecer os esforços dos instrutores em proporcionar, com criatividade, informações qualificadas dentro de sua expertise profissional por meio de vídeos educativos. Os 10 primeiros colocados ganharão um celular com tripé.

As inscrições estão abertas até o próximo dia 21 de setembro e a seleção dos vídeos acontecerá em duas etapas. Na etapa estadual, a Comissão de Avaliação da Administração Regional selecionará até cinco vídeos para concorrer ao Prêmio Nacional, sendo um vídeo por instrutor. A Comissão de Avaliação da Administração Regional deverá encaminhar os vídeos para a Administração Central, impreterivelmente, até o último dia de inscrições. Já na etapa nacional, a Comissão da Administração Central do Senar analisará os vídeos enviados pelas comissões regionais e aprovará a escolha dos vencedores dos prêmios.

Para concorrer, o instrutor deve enviar vídeos para a regional do Senar, enviando e-mail para comunicacao@senar-al.org.br, com o título “Prêmio de vídeo”. As normas de participação, critérios de julgamento e classificação, entre outras informações estão disponíveis no regulamento do prêmio (clique aqui e acesse).

O Senar também divulgou um manual com orientações para a produção de vídeos educacionais e conectividade nas redes sociais. Para acessar o conteúdo, basta clicar aqui.

Agronordeste: técnicos de campo de Alagoas criam caderno para avicultores

Lays Barros: “Ficamos bem felizes e realizados com todo o apoio dado pelo Senar Alagoas”

Técnicos de campo do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar Alagoas – desenvolveram um modelo de caderno específico para os avicultores que recebem assistência técnica por meio do programa Agronordeste. Construído a partir da necessidade da coleta de dados e registros periódicos na atividade da avicultura, o material idealizado pelos zootecnistas Lays Barros, Ícaro Victor Valério e Diego Damasceno foi aprovado pelo Senar Nacional e despertou o interesse da regional do Rio Grande do Norte. Em fase de produção, os cadernos serão distribuídos entre os produtores alagoanos.

“Decidimos montar tabelas de acompanhamento técnico e gerencial de acordo com a realidade e perfil dos avicultores do Sertão de Alagoas. Fizemos as tabelas com referência em alguns artigos científicos de avicultura de corte e postura em sistema colonial, reunimos as informações e percebemos que tínhamos material suficiente para resolver o problema da ausência de dados na avicultura da nossa região. Ficamos bem felizes e realizados com todo o apoio dado pelo Senar Alagoas, que acolheu e promover nossa ideia”, comenta a zootecnista e técnica de campo Lays Barros.

Diego Damasceno: “Todas as informações são muito importantes para a avaliação da assistência técnica e gerencial”

“O caderno apresenta planilhas para serem alimentadas diariamente pelo produtor, com as informações de custos, lucros, controle sanitário e pesagem, ocorrências dentro da atividade, tudo para auxiliá-lo e ao mesmo tempo nos deixar informados, no decorrer do mês. Todas as informações são muito importantes para a avaliação da assistência técnica e gerencial”, enfatiza Diego Damasceno.

Ícaro Victor Valério explica que, dentro do acompanhamento técnico, é de suma importância a coleta de informações para que os técnicos construam indicadores para a mensuração produtiva de cada unidade acompanhada. “Pensamos no caderno como uma ferramenta para ajudar não só a nós, técnicos, como também aos produtores que, trabalhando com essa ferramenta, iniciam o seu processo de gestão do negócio”, afirma.

“Baseamos o caderno de coleta de informações nos temas de maior relevância para o Programa Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do Senar, dando ênfase ao controle produtivo de carne e ovos, sanitário, financeiro e diário de uma propriedade. O caderno vem para somar às demais ferramentas que o programa dispõe, profissionalizando cada vez mais o homem do campo, a partir de uma gestão consciente do seu negócio”, acrescenta Ícaro.

Ícaro Victor: “Trabalhando com essa ferramenta, os produtores iniciam o seu processo de gestão do negócio”

A coordenadora de Assistência Técnica e Gerencial do Senar Alagoas, Luana Torres, elogia a iniciativa. “Havíamos conversado sobre a necessidade de ter algum tipo de material de controle desses indicadores e pensamos em algumas planilhas, mas eles fizeram ainda melhor e criaram o caderno. Isso mostra como faz toda diferença ter uma equipe de técnicos de campo excelente, como tem sido a do Agronordeste. Temos muito orgulho da equipe selecionada para esse projeto, que vem mostrando resultados incríveis”, avalia.

“É preciso criar uma relação de confiança com os técnicos e instigar a todo momento para que sejam inovadores. O trabalho deu tão certo que a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) nos pediu para apresentar o caderno com a intenção de utilizar para as demais regionais inseridas no Agronordeste, uma vez que o material se adequa ao perfil de produtor do projeto”, diz Luana.

Senar Alagoas credencia técnicos de campo

O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar Alagoas – precisa de técnicos de campo para formar cerca de 40 novas turmas de Assistência Técnica e Gerencial – ATeG – no Estado. Dois editais de credenciamento estão disponíveis (clique aqui para acessar), o primeiro para o Programa Agronordeste e o segundo para projetos da regional do Senar em todo o estado.

As vagas são para técnicos com formação vinculada às áreas da pecuária, agricultura e agroindústria, a exemplo de zootecnistas, veterinários, administradores, agrônomos, nutricionistas, técnicos agrícolas e de laticínios, entre outros profissionais que atendam aos pré-requisitos dos editais.

O técnico de campo faz o atendimento aos produtores rurais por meio de visitas às propriedades, onde transmite conhecimentos relacionados à gestão técnica, econômica e ambiental da empresa rural orientando as atividades desenvolvidas nas propriedades.
Os aprovados no processo seletivo são acionados pelo Senar Alagoas, de acordo com as demandas. Cada técnico pode visitar até 30 propriedades rurais por mês, num período de até dois anos. O valor da visita é de R$ 200 e o profissional, portanto, pode receber até R$ 6 mil mensais pelo trabalho.

ATeG
A Assistência Técnica e Gerencial do Senar é uma metodologia que visa atender produtores rurais, adotando um modelo de gestão e operação continuada, que engloba todos os processos da atividade produtiva na propriedade.

O principal objetivo é promover o incremento de renda e produtividade baseado no diagnóstico, planejamento, adequação tecnológica, capacitação complementar e avaliação de resultados nas propriedades rurais, que recebem visitas periódicas e individuais realizadas pelo técnico com foco em uma atividade produtiva priorizada pelo produtor.

A ATeG é feita com base em um planejamento estratégico construído junto com o produtor e diretamente relacionado a um programa de capacitação profissional que possa gerenciar seu negócio com um empreendimento rural de sucesso.

DITR deve ser entregue entre 17 de agosto e 30 de setembro

A Receita Federal definiu o prazo de 17 der agosto a 30 de setembro para a entrega da Declaração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural – DITR – Exercício 2020. AS datas foram divulgadas na Instrução Normativa RFB nº 1.967, que estabelece as normas e os procedimentos para a apresentação da DITR, informa os critérios de obrigatoriedade, a necessidade do uso de computador na elaboração da declaração, e as consequências da apresentação fora do prazo estabelecido, entre outras informações.

Está obrigada a apresentar a Declaração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural a pessoa física ou jurídica, exceto a imune ou isenta, proprietária, titular do domínio útil ou possuidora a qualquer título do imóvel rural. Também está obrigada a pessoa física ou jurídica que, entre 1º de janeiro de 2020 e a data da efetiva apresentação da declaração, perdeu a posse do imóvel rural ou o direito de propriedade pela transferência ou incorporação do imóvel rural ao patrimônio do expropriante.

Em Alagoas, a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Alagoas – Faeal – oferece o serviço de orientação aos produtores rurais que estão em dia com a contribuição sindical e precisam fazer a declaração de ITR. Por conta da pandemia de Covid-19, os atendimentos acontecem por telefone e WhatsApp, nos números (82) 9.8889-4087 ou 9.8878-3618, e também pelo e-mail carla@faeal.org.br.

A DITR deve ser elaborada com uso de computador, por meio do Programa Gerador da Declaração do ITR, disponibilizado na página da Receita Federal www.receita.economia.gov.br. A declaração pode ser transmitida pela Internet ou entregue em uma mídia removível acessível por porta USB nas unidades da Receita Federal.

A multa para quem apresentar a DITR depois do prazo é de 1% (um por cento) ao mês ou fração de atraso, lançada de ofício e calculada sobre o total do imposto devido, não podendo seu valor ser inferior a R$ 50,00 (cinquenta reais).

Se, depois da apresentação da declaração, o contribuinte verificar que cometeu erros ou omitiu informações, deve, antes de iniciado o procedimento de lançamento de ofício, apresentar DITR retificadora, sem a interrupção do pagamento do imposto apurado na declaração original. A DITR retificadora tem a mesma natureza da originariamente apresentada, substituindo-a integralmente. Por isso, a declaração retificadora deve conter todas as informações anteriormente prestadas com as alterações e exclusões necessárias bem como as informações adicionadas, se for o caso.

O valor do imposto pode ser pago em até 4 (quatro) quotas iguais, mensais e sucessivas, sendo que nenhuma quota pode ter valor inferior a R$ 50,00 (cinquenta reais). O imposto de valor inferior a R$ 100,00 (cem reais) deve ser pago em quota única. A quota única ou a 1ª (primeira) quota deve ser paga até o dia 30 de setembro de 2020, último dia do prazo para a apresentação da DITR.

O imposto pode ser pago mediante transferência eletrônica de fundos por meio de sistemas eletrônicos das instituições financeiras autorizadas pela Receita Federal a operar com essa modalidade de arrecadação ou por meio de Documento de Arrecadação de Receitas Federais (Darf), em qualquer agência bancária integrante da rede arrecadadora de receitas federais.

Criada por ex-alunos do Senar, cooperativa inova com a venda de cestas agroecológicas

Maria Eduarda Xavier
Estagiária sob supervisão

Criada por ex-alunos do curso de Cooperativismo do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar Alagoas –, a cooperativa Cheiro da Terra, com sede no município de Inhapi, no Sertão alagoano, é um exemplo de inovação. Voltada para a produção, comercialização e distribuição de alimentos livres de defensivos agrícolas, a instituição criou cestas agroecológicas como forma de expandir os negócios para 30 famílias cooperadas e mais de mil agricultores vinculados às associações parceiras.

A cestas são montadas de acordo com o desejo do cliente e os produtos podem ser entregues em domicílio ou nos pontos de entrega. Entre os alimentos ofertados pelo grupo estão laticínios, compotas de doces, hortifruti e cereais, todos provenientes da agricultura familiar.

“Determinação, resiliência, educação empreendedora e gestão foram cruciais para chegarmos onde estamos hoje. A humildade também deve caminhar lado a lado com os membros de qualquer organização” avalia Adriano Ferreira, presidente da Cheiro da Terra.

A cooperativa vem se consolidando no mercado desde 2013, ano em que foi criada. Instrutora do Senar Alagoas, Helena Pacheco testemunhou, em sala de aula, a idealização da Cheiro da Terra. “Fico muito lisonjeada em saber que a ideia de cooperativismo não é somente uma carga teórica, mas algo que transpassa essa ideia. É saber que despertamos o espírito cooperativista nas pessoas. Estou feliz por ter sido a mensageira do Senar para transformar vidas”, comenta.